A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico em que uma alteração cerebral dificulta o julgamento correto da realidade, a produção de pensamentos simbólicos, abstratos e a elaboração de respostas emocionais complexas.
Segundo informações da Associação Brasileira de Psiquiatria, a doença tem predominância no sexo masculino e nem sempre é diagnosticada no início. Os sintomas da esquizofrenia geralmente começam entre os 15 e 35 anos e são divididos em produtivos e negativos.
1. Sintomas positivos
- Alucinações: ouvir vozes, enxergar coisas que não são reais, sentir cheiros ou gostos sem razão aparente para tal.
- Delírio: convicção de que algo está acontecendo quando, de fato, não está. Sensação de perseguição e espionagem, por exemplo.
- Comportamento agressivo e mudança de personalidade: ocorrem com frequência, principalmente em indivíduos que apresentam alucinação e delírio.
- Pensamentos desordenados: dificuldade em ordenar as próprias ideias se reflete na fala e nos movimentos do corpo, que geralmente são mais agitados do que o normal.
2. Sintomas negativos
- Redução gradativa da expressão das próprias emoções: isso ocorre principalmente por meio da fala e tom da voz.
- Falta de vontade para iniciar ou dar prosseguimento a uma atividade específica.
- Sensação de prazer cada vez menor ao longo do tempo.
- Redução da fala.
Os sinais da esquizofrenia são diferentes para cada pessoa e podem se desenvolver lentamente, ao longo de meses ou anos, ou podem aparecer de forma abrupta.
Fatores de risco para esquizofrenia
Não existe um único fator para o desenvolvimento da esquizofrenia, mas algumas causas podem ser o gatilho para desencadear a doença, como descrito a seguir.
- História familiar de esquizofrenia: as chances são de 10% se houver um irmão com esquizofrenia, 18% se houver um irmão gêmeo não idêntico com esquizofrenia, 50% se houver um irmão gêmeo idêntico com esquizofrenia e 80% se pai e mãe forem afetados por esquizofrenia.
- Ser exposto a toxinas, vírus e má nutrição dentro do útero da mãe, especialmente nos dois primeiros trimestres da gestação.
- Problemas no parto como falta de oxigênio (hipóxia neonatal).
- Ter um pai com idade mais avançada.
- Uso de maconha.
- Tabagismo.
Diagnóstico e tratamento da esquizofrenia
Não existem exames que diagnostiquem a esquizofrenia. O diagnóstico é feito por um psiquiatra, que fará uma entrevista minuciosa com o indivíduo e seus familiares. Com a entrevista, ele poderá descartar outras doenças que também podem cursar com os mesmos sintomas psicóticos da esquizofrenia, mas que decorrem de outras doenças que atingem o cérebro. Geralmente, são pedidos exames de sangue e de imagem e avaliação psicológica para descartar tumor cerebral, epilepsia, lupus, Alzheimer e esclerose múltipla, por exemplo.
Ainda que não tenha cura, a esquizofrenia é uma doença tratável. Normalmente, o tratamento é feito com medicamentos (remédios antipsicóticos e outros medicamentos adjuvantes), terapia comportamental e abordagens psicossociais de reintegração do indivíduo.
A participação da família nos tratamentos é essencial. Entender e pesquisar sobre a doença e conversar com os especialistas propiciará mais paciência, principalmente em situações de crise.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Foz do Iguaçu!