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Transtorno de Borderline: conheça os tratamentos

A característica mais marcante do paciente com transtorno de personalidade borderline é o medo do abandono. Esse fator costuma ser o gatilho para mudanças bruscas de comportamento, humor, e até mesmo de sua aparência.

Esse transtorno de personalidade é reconhecido como um dos mais nocivos, pois pode acarretar agressões físicas, automutilação e até suicídio. Por isso, é importante saber quais são os tratamentos disponíveis para essas pessoas. Continue a leitura e saiba mais sobre a doença.

O que é um transtorno de personalidade?

O transtorno de personalidade ocorre quando uma pessoa desenvolve um comportamento fora do padrão considerado saudável. Ele afeta o indivíduo de tal maneira, que  modifica sua forma sentir e de se relacionar com os outros.

Os transtornos de personalidade são divididos em três espectros. No espectro A estão aqueles que são considerados “frios” ou que tenham mania de perseguição. Eles são chamados de esquizoides, esquizotípicos e paranoides.

Em segundo lugar, temos o espectro B, onde estão os narcisistas, histriônicos e antissociais. Por fim, no espectro C estão os evitativos, dependentes e obsessivos-compulsivos, reconhecidos popularmente como medrosos, frágeis ou “certinhos demais”.

Como o transtorno de personalidade borderline é causado?

Estresses durante a primeira infância podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno de personalidade borderline. Pacientes com esse transtorno comumente apresentam um histórico infantil de abuso físico e sexual, negligência, separação dos cuidadores e/ou perda de um pai.

Algumas pessoas apresentam uma tendência genética de responder através de doenças ao estresse do meio-ambiente. Nesse sentido, o transtorno de personalidade borderline parece claramente ter um componente hereditário. Parentes de primeiro grau de pacientes com transtorno de personalidade borderline são cinco vezes mais propensos a ter a doença do que a população em geral. 

Como é o diagnóstico e o tratamento dessa condição?

O diagnóstico é realizado através de avaliação feita por um psiquiatra. Essa avaliação tem critérios específicos que devem ser atingidos. O paciente precisa ter um histórico de relacionamentos, humor e autoimagem instáveis. Além disso, precisa apresentar pelo menos cinco das características abaixo: 

  • Apresentar esforços desesperados para evitar o abandono (real ou imaginado).
  • Ter relacionamentos intensos e instáveis que se alternam entre idealização e desvalorização da outra pessoa.
  • Mudar frequentemente sua autoimagem e autoestima.
  • Agir impulsivamente em, no mínimo, duas áreas que poderiam prejudicá-la (como praticar sexo inseguro, alimentar-se compulsivamente ou dirigir de forma imprudente, por exemplo).
  • Ter repetidamente comportamentos suicidas, incluindo tentativas e ameaças de suicídio e automutilação.
  • Ter mudanças rápidas no humor, que normalmente duram apenas algumas horas e raramente mais do que alguns dias.
  • Sentimento de vazio crônico.
  • Sentir raiva intensa e não justificada ou ter dificuldade em controlar a raiva.
  • Ter pensamentos paranoicos temporários ou sintomas dissociativos graves (sensação de que não é real ou desprendimento de si mesma) desencadeados por estresse.

Tratamentos para o transtorno

O tratamento inicial para o paciente é a psicoterapia. Ela auxilia o paciente a controlar sua impulsividade, permite o desenvolvimento de novas habilidades que facilitam a identificação e regulação das reações emocionais.

Contudo, o tratamento exige dedicação, esforço e tempo do especialista, pois o paciente de borderline rompe facilmente com as relações que constrói. Outra abordagem é a terapia familiar que promove a educação dos parentes sobre a condição do paciente e cria um canal de comunicação.

O tratamento medicamentoso não melhora a condição do paciente em relação ao transtorno em si, mas é utilizado para tratar alguns sintomas específicos que podem ser desenvolvidos por ele. Os fármacos mais recorrentes são os antidepressivos, estabilizadores de humor, antipsicóticos e sedativos.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Foz do Iguaçu!

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