Segundo levantamentos recentes, o Brasil apresenta um aumento na incidência de casos de depressão. Segundo a pesquisa Vigitel 2021, cerca de 11% dos brasileiros relataram o diagnóstico da doença.
No entanto, o cenário pode ser muito pior, pois a doença é sub-diagnosticada. Isso se deve, principalmente, ao tabu que ainda envolve o assunto e a constante confusão entre depressão e tristeza. Neste post, falarei sobre como essas condições se diferenciam.
O que é depressão?
A depressão se caracteriza pela perda ou pela diminuição de interesse e prazer pela vida, levando à angústia e prostração. Por afetar consideravelmente a vida social e profissional do paciente, essa doença requer tratamento.
E não só por isso. Ela pode desencadear ou potencializar outros problemas de saúde, agravando o quadro geral. Assim, diferente do que se imagina, esse quadro não pode ser entendido como um sentimento.
Ademais, o transtorno depressivo é um desequilíbrio nos neurotransmissores, provocando alterações nas respostas emocionais, principalmente aquelas relacionadas ao prazer e bem-estar.
Além disso, o diagnóstico da depressão se dá pela existência de sintomas por pelo menos seis meses. Dessa forma, quem está apenas triste não apresenta um comprometimento nas relações pessoais e profissionais.
Mas, o que seria a tristeza?
A tristeza é um sentimento natural do ser humano. Portanto, não é uma patologia. Nesse sentido, está geralmente relacionada a decepções, frustrações ou coisas desagradáveis que acontecem no dia-a-dia.
Contudo, essa sensação tende a desaparecer quando o fator que a causa desaparece. Por exemplo, a tristeza decorrente de uma demissão deixa de existir no momento em que a pessoa consegue um novo emprego.
No entanto, nem todas as pessoas lidam bem com as perdas e é normal permanecer triste por mais algum tempo. Dessa forma, diferente da depressão, a tristeza não é uma doença.
Quais são os sintomas da depressão?
Embora seja um quadro distinto, a tristeza está entre os sintomas da depressão. Porém, o paciente tem a sensação de que as coisas não melhorarão e o mal-estar não passará.
Outrossim, quem sofre com depressão tem uma sensação de vazio muito presente, o que leva ao afastamento dos amigos e familiares. Ainda, o paciente tem dificuldade para realizar tarefas do cotidiano e se sente cansado na maior parte do tempo.
Outra característica da doença é a presença constante de pensamentos distorcidos, fazendo com que, diante de problemas ou eventos traumáticos, o indivíduo se culpe. Além disso, é comum que sempre se compare com terceiros, apresente perda de libido, falta de concentração, irritabilidade, perda ou ganho de apetite.
Como tratar?
Em suma, a tristeza não precisa de tratamento e melhora com o tempo. Já a depressão não desaparece espontaneamente e exige o acompanhamento de psiquiatras e psicólogos. No primeiro caso, prescreverá antidepressivos e outros medicamentos.
Já o psicólogo utiliza recursos da psicoterapia para identificar as causas da doença e ajudar o paciente a perceber os motivos que desencadeiam a condição.
Porém, também é importante destacar que a família do paciente deve ser acompanhada e orientada pelo psicólogo, pois a doença afeta profundamente as relações familiares. Dessa forma, eles irão saber como lidar com o paciente.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Foz do Iguaçu!