Ficar irritado ou sentir raiva com alguma situação frustrante ou desagradável é completamente normal e faz parte do comportamento humano. Irritar-se, portanto, é uma reação natural de uma mente saudável. Quando esse sentimento se torna uma constante, porém, é preciso estar atento, pois a irritabilidade pode ser sintoma de algum outro problema.
Irritação x irritabilidade
Para entender se a irritabilidade pode ser sintoma de alguma doença psiquiátrica precisa-se, primeiramente, diferenciá-la de uma simples irritação. Chamamos irritação uma condição emocional momentânea, uma reação negativa a alguma situação frustrante, o que é comum e não necessariamente um problema. Irritabilidade, por outro lado, é a condição da pessoa que tende a reagir desproporcionalmente às situações negativas do dia a dia. A pessoa torna-se excessivamente sensível aos acontecimentos cotidianos e uma situação que seria tolerável para muitas pessoas causa um incômodo desproporcional em alguém que sofre irritabilidade.
O que a irritabilidade pode indicar
Diferentes doenças psiquiátricas podem ter a irritabilidade como sintoma, mas ela por si só não é suficiente para que seja feito nenhum diagnóstico. Algumas das principais doenças que têm a irritabilidade como sintoma são:
- depressão;
- transtorno de ansiedade;
- mal de Alzheimer;
- síndrome do Burnout;
- distimia;
- transtorno de bipolaridade;
- distúrbios do sono;
- distúrbios alimentares;
- síndrome do pânico.
É importante entender que a irritabilidade nem sempre é um sintoma de algum outro problema. Pode ser entendida também, dependendo da situação, como uma reação a condições às quais uma pessoa está submetida. Estresse, privação de sono, deficiência vitamínica, exaustão física ou mental e diabetes podem desencadear um quadro de irritabilidade.
O que fazer para driblar a irritabilidade
O primeiro passo para lidar com o sentimento de irritabilidade é buscar entender sua origem. Apenas um psiquiatra ou psicólogo pode dizer se o sentimento de irritação contínua é ou não sintoma de alguma doença psiquiátrica, mas é importante tentar manter-se atento às situações em que esse sentimento aparece. É comum, por exemplo, estudantes ficarem mais sensíveis e irritadiços em épocas estressantes como o vestibular ou o período de avaliações na universidade. O mesmo pode acontecer com pais e mães quando o filho fica doente, ou funcionários de uma empresa quando o serviço acumula. Caso esse período passe e as reações extremas às situações do dia a dia continuem, pode-se pensar nelas como sintoma de algo maior.
A adoção de alguns hábitos pode ajudar a lidar com a irritabilidade no cotidiano. A prática regular de atividades físicas, mesmo que seja apenas uma caminhada ou corrida, é um elemento que auxilia a lidar com diferentes sintomas de doenças psiquiátricas comuns como a depressão ou o transtorno de ansiedade, por exemplo. Isso acontece porque, durante a prática de exercícios, o corpo é induzido a produzir dois hormônios ligados à sensação de bem-estar, a dopamina e a endorfina. Adotar uma rotina de sono com o mínimo de 7 horas de descanso diárias também pode ajudar, uma vez que a privação do sono gera instabilidade emocional, que pode levar à irritabilidade.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Foz do Iguaçu!